terça-feira, 18 de outubro de 2011

Auto-poética II





Prefiro desatar-me
das correntes do estilo
Escrevo sobre tudo,
e o nada.
Sentimentos eu invento.

O poeta é um (re)criador.
Palavra é objeto.
Emoções são alegorias.

Canto as vozes que
me encantam.
Canto-as com 
tinta
e suor. 
Remendo-as com invenção.

Grafando no papel,
da maneira que aprendi,
sou poeta, sem inspiração.
Aqui,
sentimentos não cabem.

A imagem é a atração.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Auto-poética




Indubitavelmente é de sentimentos
que a minha poesia se constrói.
Declaro com toda certeza,
que é essa a natureza 
de qual se faz.

Palavra, técnica...
São apenas símbolos.
A poesia é alma.

Devaneios de poetas que brincam
com o real, com os sentidos...
sentimentos de pedra,
ora de Fedra
já não sei.

Quando escrevo
evolo as carências, busco a calma...
para um coração, vítima de um amor
proibido.




domingo, 22 de maio de 2011

Regressão ao Palhaço




No silencio da noite
o grito do luar
mostra-me
há um sorriso nas estrelas.

O cheiro do sereno
sobre os telhados molhados
falam-me
o palhaço não morre.

Bêbados deitados na calçada.
Nasce o sol no outro dia,
rompe-se
o silêncio pelos pássaros.

Oh, tímida flor
quero tua última pétala.
Irradia-me
que eu transfiguro em alegria.